quinta-feira, 31 de maio de 2012

Resenha - A Guerra dos Tronos






Título Original: Game of Thrones
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Editora: LeYa
Ano: 2010
Páginas: 592


Resenha:

Martin vem sendo considerado um novo Tolkien da literatura fantástica. É bem visível a grandiosidade com que eles conseguem criar universos inimagináveis à mente humana. Sendo importante lembrar que diferem-se quanto à linguagem empregada, fato explicado pelas datas em que permeiam suas criações, enquanto a saga do Anel teve o volume de O Hobbit publicado em 1937, As Crônicas de Gelo e Fogo começaram a ser escritas por volta da década de 90.


Considerada a melhor fantasia dos últimos cinquenta anos pelo The Denver Post, A Guerra dos Tronos poderia ser descrita por uma única palavra, a meu ver: Perfeito. Na criação dos Sete Reinos, Martin consegue transmitir todos os pontos importantes a prender o leitor do início ao fim. Lordes, damas, bastardos, assassinos... compõem uma mescla de personagens característicos a fazê-lo acreditar em suas tomadas de decisões.

Em uma terra onde as estações do ano podem durar longos perigos, temos a frase “O inverso está chegando”. Diatada por Eddard, Lorde de Winterfell e que tem sua vida mudada após aceitar a proposta para ser Mão do Rei, Robert Baratheon. Intrigas, romances, batalhas vão preenchendo as páginas ditas inicialmente cansativas ao pesar da  narrativa. O autor dá-nos a oportunidade de conhecer todo o Reino com “calma”, por assim dizer.

Algo a destacar é a presença das crianças e como essas foram desenvolvidas por Martin a deixa-nos estupefatos. A força no empenho de suas missões e no respeito diante de seus postos, mostram-se bem definidas. Muitos dos acontecimentos da trama são narrados na visão destes.


O que dizer de sagas, onde sabemos encontrar um final encurralado para o próximo? Assim não deixa de ser com A Guerra dos Tronos, como já devem ter lido em outras resenhas. Então, ao próximo: A Fúria dos Reis.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Resenha - Os homens que não amavam as mulheres



Título Original: Män som hatar Kvinnor
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Paulo Neves
Ano 2011 – 4o Edição.
Páginas: 522


Resenha:

Mikael Blomkvist é repórter investigativo da revista Millennium e responde a forte acusações de calúnia quando inesperadamente é convocado para uma reunião com um membro da Família Vanger. Em principio, ele atribui suspeitas ao chamado. Henrik Vanger, nome conhecido nas empresas Vanger apresenta-lhe uma caso de família não solucionado. Por anos ele investigara o desaparecimento de Harriet Vanger ocorrido em 1966, sem sucesso. Mikael cai dentro de uma cadeia de acontecimentos que não acredita ser capaz de solucionar. Ele contara com a ajuda de Lisbeth Salander, uma hacker sem muitos escrúpulos.
    Stieg não só constrói a narrativa com elementos recorrentes, como romances, suspense, intrigas, como consegue fazer isso de forma inovadora a prender o leitor do início ao fim. Com certeza você vai se surpreender a cada página.
    Com personagens bem definidos a leitura deixa de ser um ato cansativo diante das 522 páginas e certamente você vai querer acompanhar os passos do repórter e da hacker. Duas vertentes totalmente diferentes mas que unidas nos faz recordar da dupla Sherlock Holmes e Dr. Watson, criações do britânico Sir Arthur Conan Doyle.
    Os Homens que não amavam as mulheres é o primeiro romance da Trilogia Millennium e recentemente foi adaptado para o cinema em duas versões, uma americana e outra sueca. Em breve estarei falando mais sobre os filmes aqui no blog.


Sobre o autor:

Nascido em 1954, em Skelleftehamn, Stieg Larsson foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos suecos. Trabalhou na destacada agência de notícias TT. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofacistas e racistas, É co-autor de Extremhögern, livro sobre a extrema direita em seu país. Por causa de sua atuação na luta pelos direitos humanos, recebeu várias ameaças de morte. Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores a trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Prazo de validade




Tudo tem prazo de validade:
A vida tem prazo de validade;
Família tem prazo de validade;
Filhos também;
Você tem prazo de validade;
Fome tem prazo de validade;
Orgasmo tem prazo de validade;
Só não vale etiquetar.
Leituras com início e término.
Roupas nem se fala...
Amores também.
A pele se acaba.
A cor perde a tintura...
O novo também...
Até a imortalidade tem prazo de validade...
O que você diz também...
Esse poema tem prazo de validade;
Só não vale etiquetar!

Por Lilian Farias

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Resenha: Emma por Jane Austen

Olá amigos!
Aqui é o David, sou o mais novo colaborador do blog, e com muito carinho, tenho o prazer de  trazer para vocês a resenha do lindo livro de Jane Austen Emma espero que gostem comentem!


Sinopse:
Bonita, inteligente, rica — e solteira —, “Emma” é mimada por seu pai, adorada pela sociedade e amada pelos seus amigos e, por isso, não quer e acredita que não precisa de envolvimentos amorosos ou casamento. Porém, uma das coisas que mais gosta de fazer é tentar resolver a vida romântica de outros. Mas quando ignora os avisos de seu bom amigo Mr. Knightley e tenta arranjar um companheiro apropriado para sua protegida Harriet Smith, faz planos que têm consequências inesperadas. Com sua heroína imperfeita, mas charmosa, “Emma” é muitas vezes citado como a melhor obra de Jane Austen.
Resenha:
Emma Woodhouse não é uma moça comum, em meio a sua época onde todas as moças de sua idade tem o sonho e também a obrigação de se casar, ela se mantém firme em sua decisão de nunca se casar,acredita com toda a sua convicçaõ que não tem necessidade alguma de um casamento, tudo o que ela pode querer ter com um  casamento, segundo o seu conceito ela já tem,uma linda casa,riqueza,os melhores vestidos,e além de tudo isso, ela é praticamente já a senhora de sua propriedade em Highburry.
 Mas sem perceber, ela se esquece que  falta sim algo em sua vida, um amor...
Como ela decide que nunca irá se casar,começa a arranjar casamento para as suas amigas mais próximas, mas no meio de tudo isso algo de novo pode surgir no ar!Quem sabe todas as barreiras da decadência possam ser vigorosamente atacadas!!!
Tenho algo muito importante a dizer, que livro, meu Deus!!!
O jeito como Jane Austen escreve mesmo sendo um livro do século 18 se aplica nos tempos de hoje, a maneira perfeita como ela trata os conflitos  do livro faz você se perguntar será que mesmo hoje em pleno século 21 isso não ocorre.Além de tudo isso,os diálogos que ela cria, faz você identificar as personalidades de todos os personagens, só pelo simples modo de como eles se comunicam, com toda a certeza Jane Austen merece de fato o seu titulo de uma das melhores autoras inglesas considera uma das melhores romancista de todos os tempos!
Este livro é indicado a qualquer pessoa que realmente goste de ler, um livro que a sua história se desonrala bem lentamente com todos os detalhes ,quem já leu algum tipo de literatura sabe como funciona. Para muitas pessoas que só estão acostumadas a ler livros comuns Best-Seller vão achar muito estranho e chato só que vou dar uma dica entre na história dos personagens se entregue ao livro que tenho toda a certeza que você caro leitor não irá se arrepender!



Além do livro, existe um seriado muito bom da BBC  baseado no livro!
Eu já assisti óbvio kkkk é muito legal, assistam logo!!



Para vocês se aprofundarem mais, resolvi colocar uma pequena biografia de Jane Auste!

Jane Austen


Romancista britânica nascida em Steventon, Hampshire, cuja obra literária deu ao romance inglês o primeiro impulso para a modernidade, ao tratar do cotidiano de pessoas comuns com aguda percepção psicológica e um estilo de uma ironia sutil, dissimulada pela leveza da narrativa. Filha de um pastor anglicano, toda a sua vida transcorreu no seio de um pequeno grupo social, formado pela aristocracia rural inglesa. Aos 17 anos, escreveu seu primeiro romance, Lady Susan, uma paródia do estilo sentimental de Samuel Richardson.

Seu segundo livro, Pride and Prejudice (1797), tornou-se sua obra mais conhecida, embora, inicialmente, tenha sido malvisto pelos editores, o que levou por algum tempo ser descriminada no meio editorial. Depois conseguiu publicar o romance Sense and Sensibility (1811), cujo sucesso levou à publicação, ainda que sob pseudônimo, de obras anteriormente recusadas. Vieram ainda outros grandes sucessos como Mansfield Park (1814) e Emma (1816) em um estilo menos ágil e humorístico, porém ganhando em serenidade e sabedoria, sem perda de sua típica ironia.

Morreu em Winchester, um ano antes de serem publicadas as obras Persuasion e Northanger Abbey, uma deliciosa sátira, escrita na juventude, ao gênero truculento da novela gótica. Seu poder de observação do cotidiano forneceu-lhe material suficiente para dar vida aos personagens de suas obras, e a crítica considerou-a a primeira romancista moderna da literatura inglesa.

Abraços galera, comentem!!


DAVID H.S 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Maurice vs. O Quarto de Jacob – Um paralelo entre a obra de Forster e Woolf



"Quando o amor se vai, é lembrado não como amor, mas como algo diferente."
E.M.Forster


Antes de qualquer coisa gostaria de esclarecer o porquê de estar criando um paralelo entre os mundos de Woolf e Forster. Nada posso provar sobre o conhecimento de Virginia a respeito da obra Maurice, pois esta ficou quase meio século guardada por causa do conservadorismo da sociedade na época. Entretanto focos da narrativa chamaram-me a atenção durante a leitura e apresento a vocês agora.
     
Forster começou a escrever sua obra em 1913 e a terminou em 1914, dedicando-a a um ano mais feliz. Enquanto Woolf iniciaria O Quarto de Jacob em 1920, o publicando em 27 de Outubro de 1922. Porém ambas trazem traços muito recorrentes. Em primeiro lugar devemos destacar a homossexualidade das personagens. Em Maurice o assunto é tratado de uma forma mais explícita, no romance de Maurice e Clive. Isso talvez explique o porquê do editor de Forster achar melhor não publicar a obra, fato que só veio a acontecer depois de sua morte. O autor atribui o arquivamento ao seu otimismo para com a sua personagem principal, “Maurice talvez escape.” Ao contrário percebemos a sexualidade de Jacob muito raramente em passagens da narrativa ou em observações enfatizadas por personagens secundários.
     
Entre estes existe Cambridge, símbolo de conhecimento dos ingleses da época e tanto Maurice quanto Jacob frequentam aulas no campus, criando ali muitas de suas concepções de vida. Os autores também privam seus personagens da presença paterna, possuindo em suas mães fonte de inspiração. (Ainda pretendo ler mais obras com esse assunto para avaliar se sempre a presença paterna é vista como um trauma para personagens contrariados em suas sexualidades.)
     

"Uma paixão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas." 
Virginia Woolf



Um ponto que não posso deixar de notar é a forte presença dos gregos e suas filosofias. Forster cria Clive como um admirador dos gregos e quando este viaja para a Grécia pretende ali encontrar explicações, entretanto apaixona profundamente por uma mulher, para a decepção de Maurice que vê o final do relacionamento se consolidando. Jacob também viaja para o país, contrariando o amigo Bonamy, e tem uma breve passagem com uma mulher.
     
O que difere aos autores são os destinos atribuídos às personagens. Forster acredita profundamente em Maurice e lhe dá um final feliz, deixando que talvez ele escapasse da sociedade um tanto restrita na época à homossexualidade. É preciso denotar que E.M.Forster era homossexual, uma explicação para sua personagem. Quanto a Woolf, ela escreveu o romance ao irmão que havia morrido de tifo e eles participavam das reuniões do grupo Bloomsbury, cujas relações entre membros eram muitas vezes liberais.
     
Infiro, então, que ambos os autores se libertaram das amarras para escrever romances belíssimos de serem lidos. Tanto Maurice quanto Jacob dizem que o amor acima de qualquer sentimento será mais forte que as ditaduras impostas por nossa sociedade.


     Por fim, gostaria de recomendar a todos os dois romances e aqui no blog tem resenha de ambos para quem quiser conhecer mais da história.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Filme - As Horas

Sinopse:
Uma fusão no tempo provocada por uma obra literária alcança um dia e modifica a vida de três mulheres em três lugares diferentes. A primeira é Virginia Woolf, escritora do romance Mrs. Dalloway, que se debate contra a insanidade enquanto é absorvida pelo livro que ainda está escrevendo nos anos 20. Nos anos 50, a dona de casa, Laura Brown, é influenciada pelo romance que lê e passa a refletir sobre a vida que leva. Clarissa Vaughan é a Sra. Dalloway dos dias atuais, apaixonada pelo amigo Richard, um poeta que está morrendo de Aids.
Diretor
O filme foi dirigido por Stephen Daldry que é diretor de filmes como Billy Elliot, com três indicações ao Oscar, 12 indicações ao Bafta entre outras indicações. As Horas é o seu segundo trabalho.
Elenco
No papel de Clarissa Vaughan temos a atriz Meryl Streep. Em 2003 venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho em Adaptação e recebeu ainda uma indicação de Melhor Atriz por sua interpretação em As Horas.
Jullianne Moore interpreta a dona de casa dos anos 50, Laura Brown, o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.
Interpretando a escritora Virginia Woolf temos a atriz Nicole Kidman que foi vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz na categoria Drama e do Oscar por seu trabalho em As Horas.
Resenha
Para os muitos que são avessos a adaptações de livros para o cinema, devo destacar que Stephen Daldry fez um excelente trabalho. No que diz respeito às três épocas distintas do filme, ele mescla as histórias no ponto certo e deixa que o telespectador viva os conflitos internos das personagens principais, sem parecer confuso ou até mesmo contraditório.   
As interpretações das atrizes tornam o filme ainda melhor. Kidman como dito anteriormente levou o Oscar por sua atuação como Virginia Woolf. No mais é imprescindível para quem gosta de um bom filme.
Mas ainda falando sobre o filme e chegando à parte que mais me levou a locá-lo, a breve biografia de Virginia Woolf retratada. Daldry mostra a vida da autora já mergulhada na loucura, juntamente com sua forma de escrever e seus conflitos diante de sua narrativa. Logo no início, temos uma cena abordando o suicídio de Woolf de uma forma a demonstrar como uma atitude de coragem, o que realmente acredito ter acontecido. Claro, que para aqueles que queriam mais da vida de Virginia vão ficar decepcionados, entretanto se você encontrar a versão em DVD terá o deslumbre de um documentário com a presença de estudiosos da autora assim como dois de seus sobrinhos.
Não falei muito sobre o romance Mrs. Dalloway por ainda ter tido a oportunidade de lê-lo, mas em breve poderei tirar minhas conclusões quanto ao retratado no filme.



Boa sessão.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Resenha - O Quarto de Jacob


“Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.”
                                                                                                                                         Virginia Woolf

Título original: Jacob's room

Autor: Virginia Woolf

Tradução: Lya Luft

Editora: Novo Século

Ano: 2008

Páginas: 239


Quando acabei de ler O Quarto de Jacob confesso que fiquei meio perdido em fazer uma resenha. Primeiro pelo fato de ainda, até aquele momento, não ter lido nada de Virginia Woolf, o que me restringe a avaliá-lo quanto aos demais. Segundo por estar assimilando meu deslumbramento pela narrativa.

O Quarto de Jacob como muito recorrente é conhecido como o primeiro romance livre de Virginia Woolf. Quando ela deixaria de publicar pela editora do meio-irmão e passaria a editar seus livros na editora criada por ela na companhia do marido, Leonardo Woolf.

“Acho que [O Quarto de] Jacob foi para mim um passo decisivo para trabalhar em liberdade”, Virginia Woolf escreveu em seu diário, sábado 14 de Outubro de 1922.

Então, Woolf afasta-se do conservadorismo para criar uma história magnífica, com cenários descritos de uma forma singular a levar o leitor para as profundezas do silêncio da personagem principal.

O livro resume a vida de Jacob, com seus amores e suas opiniões sobre o mundo a sua volta. Entretanto conseguimos perceber e definir uma personalidade para ele diante da visão daqueles que o rodeiam. Encontramos um jovem apaixonado pela literatura inglesa e muitas vezes contrariado em relação às mulheres.

Como dito anteriormente, a perfeição de Virginia para descrever os cenários torna a narrativa a cada passo de Jacob viva e emocionante. A leitura e imprescindível e com certeza levara o seu leitor para além de um só quarto.

A indicação que me levou até esse romance foi encontrada no prefácio de Ronald Polito para o livro Maurice do escritor E.M.Forster, publicado pela editora de Woolf e uma das inspirações de Virginia na composição de seus romances. Muitos traços são recorrentes a ambos, mas isso é história para outra postagem.


Avaliação final: 5 estrelas.


Sobre a autora:

Nascida em Londres, em 1882, Virginia Woolf tornou-se uma das mais importantes escritoras inglesas, conhecida também por suas resenhas literárias e posições feministas. Influenciada por Proust e Joyce, Virginia superou os limites impostos pela ficção realista, conseguindo integrar à narrativa um simultaneidade de eventos e criando uma nova concepção do tempo narrativo ficcional. Em 1941, após diversas tentativas de suicídio e uma grave crise de depressão, Virginia se afoga no rio Ouse. Deixou vários ensaios, contos, biografias, uma extensa correspondência e romances como A Viagem, Entre os atos, Noite e Dia, As ondas, entre outros.


Cada um tem o seu passado fechado em si, tal como um livro que se conhece de cor, livro de que os amigos apenas levam o título.”
                                                                                                                                Virginia Woolf

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Uma breve biografia de Virginia Woolf

“A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.”
                                                                                                                 Virginia Woolf

Nos últimos dias tenho falado bastante sobre a Virginia Woolf no meu Twitter e como estou deslumbrado com sua capacidade de transformar o mundo literário de quem a lê. Muito próprio então, apresento a vocês um pouquinho sobre ela e no decorrer da semana teremos algumas postagens especiais. Espero que curtam.

Nome completo: Adeline Virginia Woolf
Nascimento: 25 de Janeiro de 1882 em Londres, Inglaterra.
Morte: 28 de Março de 1941 (59 anos)
PrincipaisTrabalhos:  To the Lighthouse, Mrs. Dalloway, Orlando: A Biografia, A Room of One’s Own.

Virginia Woolf foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo.
Woolf era membro do Grupo de Bloomsbury e desempenhava um papel de significância dentro da sociedade literária londrina durante o período entre guerras. Seus trabalhos mais famosos incluem os romances Mrs.Dalloway (1925), Passeio ao Farol (1927) e Orlando (1928), bem como o livro-ensaio Um Quarto Só Para Si (1929), onde se encontra a famosa citação "Uma mulher deve ter dinheiro e um quarto próprio se ela quiser escrever ficção".

Biografia
Estreou na literatura em 1915 com um romance, The Voyage Out (A viagem, em português), e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.
Virginia Woolf era filha do editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria frequentado desde cedo o mundo literário.
Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e comete suicídio.
Virginia Woolf foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após aPrimeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.
A obra de Virginia é classificada como modernista. O fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras.
Suas reflexões sobre a arte literária - da liberdade de criação ao prazer da leitura - baseadas em obras-primas de Conrad, Defoe, Dostoievski, Jane Austen, Joyce, Montaigne, Tolstoi, Tchekov, Sterne, entre outros clássicos, foram reunidos em dois volumes publicados pela Hogarth Press em 1925 e 1932 sob o título de The Common Reader - O Leitor Comum, homenagem explícita da autora àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para seu próprio desfrute pessoal. Uma seleta destes ensaios, reveladores da busca de Virginia Woolf por uma estética não só do texto mas de sua percepção, foi reunida em língua portuguesa em 2007 pela Graphia Editorial, com tradução de Luciana Viegas.

Suicídio
No dia 28 de Março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril.
Em seu último bilhete para o marido, Leonardo Woolf, Virginia escreveu:
                Querido,
       Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos. V.         
Encontra-se sepultada em Non-Cemetery, Sussex na Inglaterra.


“Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.”
                                                                                                                             Virginia Woolf


Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Resenha - A promessa

Resenha – A promessa
Título original: Promise me
Autor: Richard Paul Evans
Tradução: Thiago Novais
Editora: Lua de Papel
Ano: 2011
Páginas: 283

Sinopse:

Beth Cardall tem um segredo. Durante dezoito anos, ela não teve escolha senão guardá-lo para si, mas, na véspera do Natal de 2008, tudo isso está prestes a mudar.
Para Beth, 1989 foi um ano marcado pela tragédia. Sua vida estava desmoronando: sua filha de seis anos, Charlotte, sofria de uma doença misteriosa; seu casamento transformou-se de uma relação aparentemente feliz e carinhosa em algo repleto de traição e sofrimento; seu trabalho estava por um fio e ela perdera totalmente a capacidade para confiar, ter esperanças e acreditar em si mesma. Até que, um dia extremamente frio, após atravessar uma nevasca até a loja de conveniência mais próxima, Beth encontra Matthew, um homem misterioso e encantador, que mudaria de uma só vez o curso de sua vida.
Quem é esse homem e como ele parece conhecê-la tão bem? Matthew a persegue incansavelmente, mas somente após se apaixonar perdidamente é que descobre seu incrível segredo, transformando sua forma de ver o mundo, assim como seu próprio destino nessa história de tirar o fôlego sobre como o amor é capaz de mudar todas as nossas perspectivas.

Resenha
Comecei esta resenha com a sinopse da Editora Lua de Papel, pois preciso discordar de alguns pontos dela. Quando comprei o livro, acreditei encontrar uma história fascinante e puramente humana, entretanto isso não aconteceu. No que diz respeito à narrativa, ela é muito corrida, com uma cronologia curta o que de maneira nenhuma deixa o leitor confuso, mas lhe causa um desejo por aprofundar mais na história da protagonista Beth Cardall e em seus sentimentos.
Na primeira parte do livro nos é apresentado uma mãe com uma rotina aparentemente estável e que se vê consternada com a saúde da filha e a recente descoberta das traições do marido. A reação dela diante disso é muito óbvia e o autor acaba quebrando a narrativa com diálogos recorrentes e fracos. Com certeza você vai se deparar com uma dessas novelas horrorosas da televisão brasileira.
Na chegada de Matthew, quando finalmente achei que me surpreenderia, o autor novamente faz do ápice da história um derradeiro conflito emocional. Se pelo menos ele o descrevesse mais detalhadamente transformaria em algo mágico.
Tenho ainda que dizer que não é apresentado cenários realmente inéditos ao leitor, sendo este capaz de deduzir muitas das ações das personagens. Assim é impossível proferir que seja de tirar o fôlego.
Por fim, é um ótimo livro para uma manhã chuvosa e para quem gosta de um romance rápido de ser lido.

Avaliação final: 2 estrelas

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Resenha – Um dia



 

Título Original: One Day
Autor: David Nicholls
Editora: Intrínseca
Tradução: Claudio Carina
Páginas: 411
Ano: 2011

 

Um dia é uma daqueles livros que nos marcam e são incapazes de se esquecer. O autor apresenta uma narrativa intensa e inova nos romances relatados.
O livro narra a história de Emma e Dexter que em 15 de Julho de 1988 passam a noite da festa de formatura juntos. Por vinte anos eles seguem caminhos opostos e a vida se encarrega de encontros inesperados.
Entre esses encontros apresentados no livro a ressaltar a data em que ocorrem, sempre no dia 15 de julho de anos diferentes, criam neles um laço quase incapaz de se desfazer. Contudo, opiniões opostas podem simplesmente abalar esse relacionamento.
Um fato que me chamou muito a atenção na história foi o modo como o autor trata as diferenças entre o comportamento masculino e feminino. Dentro de uma linha muito bem definida é nos apresentado a vida vezes puritana de Dexter contrapondo-se à intelectualidade de Emma.
O livro recebeu ótimas críticas de veículos respeitados em todo o mundo. "Inteligente, engraçado, sagaz e, por vezes, insuportavelmente triste", segundo o The Times. Álvaro Pereira Júnior da Folha de S. Paulo referiu-se ao livro: "Eu não seria capaz de descrever quanto é excelente e quanto adorei Um dia."
Um dia foi adaptado para o cinema com roteiro do próprio autor e direção de Lone Scherfig, cineasta dinamarquesa que também dirigiu Educação. No elenco estão os atores Anne Hathaway e Jim Sturgess.

 

Sobre o autor:
David Nicholls nasceu em 1966, em Hampshire, Inglaterra. Formado em literatura e teatro inglês, optou pela carreira de ator e recebeu uma bolsa da American Musical and Dramatic Academy de Nova York. De volta a Londres, atuou em espetáculos teatrais no Battersea Arts Centre, The Finborough, West Yorkshire Playhouse e Birmingham Repertory Theatre. Entre uma peça e outra, em Londres, Nicholls trabalhava como vendedor da rede de livrarias Waterstone's, em Notting Hill. Após trabalhos freelance, conseguiu emprego como leitor de peças e pesquisador da BBC Radio Drama, o que o levou à edição de roteiros na London Week Television e na Tiger Aspect Productions. Nessa época, começou a escrever e adaptou a peça de Sam Shepard, Simpatico, que se tornou filme estrelado por Sharon Stone e Nick Nolte, em 1999. Ao longo de sua notável carreira de roteirista, recebeu duas indicações ao BAFTA. Além de Um dia, publicou os romances Starter for Ten e The Understudy.
Avaliação Final: 5 estrelas (...).